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"Me senti excluída algumas vezes por pessoas homofóbicas que estudam comigo e me senti menosprezada"

  • Foto do escritor: Daiane Guimarães Cruvinel
    Daiane Guimarães Cruvinel
  • 18 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

Meu nome é Karoline Moraes Medeiros, tenho 21 anos, faço medicina na UniRV campus Goianésia e sou lésbica.

Imagem por: Karoline Moraes

Me descobri entre os 12 e 13 anos. Meus pais descobriram que eu era lésbica aos 14 anos, no 9° ano do ensino fundamental, eles não aceitaram de forma alguma e fiquei de castigo por longos períodos. A escola não reagiu muito bem, começou a proibir que eu e minha namorada da época ficássemos dentro da mesma sala durante o intervalo; então passaram a trancar todas as salas da escola para que os alunos ficassem apenas no corredor durante o intervalo.

Fui bastante acolhida por meus amigos na escola, inclusive, minha relação com alguns até melhorou depois que eu me assumi. Na universidade eu entrei sem preocupação de sofrer preconceito ou ser excluída, porque já estava resolvida comigo mesma, mas ainda sim me senti excluída algumas vezes por pessoas homofóbicas que estudam comigo e me senti menosprezada.

Nas minhas redes sociais eu não tenho liberdade de falar sobre a minha vida e sobre minha sexualidade abertamente, porque alguns familiares ainda não sabem da minha sexualidade e/ou não aceitam. Porém eu sempre me posiciono sobre as lutas e injustiças contra a comunidade LGBTQIA+ e uma vez ou outra passo por situações desconfortáveis de preconceito, que me incomodam muito por apenas minha sexualidade passar a importar e quem sou não ter importância.

Ainda sobre o preconceito misturado com machismo, em todas as festas que eu vou, eu e minha namorada somos muito encaradas por homens que ficam nos sexualizando desde os olhares e também já ouvi comentários do tipo “é sapatão porque nenhum homem te pegou de jeito" e "sapatão é coisa do capeta".



Comentário da escritora: eu conheço a Karolzinha deeeesde 2009. A gente não fez amizade logo de início porque ela sempre foi muuuito mais estudiosa que eu kkkk (e ainda é), mas com o tempo ela foi percebendo que eu era incrível e eu fui percebendo que precisava dela na minha vida e assim estamos até hoje, mesmo morando em cidades diferentes, existem coisas que só consigo contar pra Karol. Acompanhei a história dela de perto sem nem saber que era a história dela, e hoje eu só vou repetir o que eu sempre disse: seja feliz, inteira e completamente feliz, porque o mundo já é seu! Você já é minha médica favorita e eu tenho orgulho em dizer que essa moça da entrevista é minha amiga, obrigada por compartilhar comigo e com o meu trabalho a sua história de vida ❤️ te amo meu bem!

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