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"Todos os dias eu presencio o preconceito, seja explícito ou velado, com a comunidade LGBT"

  • Foto do escritor: Daiane Guimarães Cruvinel
    Daiane Guimarães Cruvinel
  • 30 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Meu nome é Irenna Custódio Coutinho, tenho 24 anos, sou formada em educação física, atualmente sou empreendedora e sou simpatizante da causa LGBT.

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Imagem por: Irenna Custódio

Já defendi integrante da comunidade pessoalmente e na internet também. Aconteceu o que acontece diariamente, onde pessoas preconceituosas não lidam e não respeitam o fato de pessoas terem orientações sexuais diferentes. No início eu reagia de forma passiva, calma. Mas notei que em certos momentos não dá para ser assim, quando se trata desses assuntos pois a pessoa que recebe o embate acha que estou tentando convencê-la, o que não é verdade. Nas minhas reações eu estou tentando impor respeito, por isso, na maioria das vezes, eu reajo de maneira mais firme.


Minha família materna é maravilhosa e além de respeitarem (que é o mínimo), simpatizam e compactuam com a comunidade. Diferente da minha família por parte de pai, que inclusive eu sou mais distante.


Todos os dias eu presencio o preconceito, seja explícito ou velado, com a comunidade LGBT!!!!!


Acontecia bastante no meu antigo ciclo de amizade, onde se justificam o injustificável como por exemplo: tínhamos um amigo que era homossexual e o mesmo veio a falecer decorrente da Aids, a família muito abalada não quis expor o motivo da morte por medo dos julgamentos e depois de uns dias esse assunto acabou vindo à tona. Vários “amigos” e conhecidos da família tiravam sarro da situação, procurava culpados e falavam mal até mesmo do rapaz que já havia morrido, dizendo que era culpa da escolha sexual do mesmo, enfim.


Me posiciono sempre nas minhas redes sociais. Além de claro, sempre procurar aprender com quem de fato vivencia as situações e respeitando sempre o lugar de fala dos LGBTs.


Acho o tratamento social atual sobre a causa extremamente precário, pois todos os dias presenciamos e vemos notícias de desrespeito, agressões e mortes de LGBTs. Com o atual cenário eu vejo muita luta pela frente, pois num país onde se elege um presidente machista, preconceituoso, misógino o que nos cabe é dar mais voz e visibilidade a comunidade e claro, os simpatizantes utilizarem dos vossos privilégios para defender e nos posicionar a favor.


Ali em cima eu falei sobre lugar de fala, nunca me repreenderam por estar fora do meu lugar de fala, porém estar falando sobre a causa, até porque eu sei até onde eu posso ir e opinar. De fato, quem vivencia são as melhores pessoas para debater e mostrar a realidade e temos sim que escutar. Eu como hétero, não vivencio a luta constante dos LGBTs, qual o sentido de querer saber mais? A minha função é respeitar, sempre que puder dar visibilidade a causa, me posicionar sobre e usar dos meus privilégios heterossexuais para fazer mais pessoas ouvirem e compreenderem.



Comentário da escritora: a Irenna é um exemplo de mulher em todos os sentidos. Conheci ela por conta da atlética, no ano em que ela se tornou presidente da Ed. Física. Eu presenciei ela coordenar perfeitamente um grupo grande de atletas, em sua maioria homens, e ganhar em primeiro lugar um campeonato que há anos tinha um campeão invicto. Eu sempre assisti ela se posicionando, defendendo aqueles que são excluídos, brigando com qualquer um que ousasse ofender alguém gratuitamente e de forma preconceituosa. Eu sou sua fã! Sempre te disse isso, mas hoje minha admiração aumentou ainda mais e estou muito honrada de ter entrevistado você!

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